Peer to peer: o que é e como funciona a tecnologia P2P
O Peer to Peer (P2P) possibilita que usuários se conectem diretamente, sem nenhum tipo de intermediário. Essa é uma tecnologia que pode ser aplicada em diferentes setores da sociedade: desde a comunicação até mesmo a transação de valores financeiros.
Para quem está no mercado de streaming, é muito importante conhecer as tecnologias disponíveis que podem facilitar não apenas as suas transmissões, mas também criar formas de ganhar dinheiro sem burocracia. E um exemplo disso, é o conceito de Peer to Peer, ou P2P.
Em inglês, o termo peer significa alguém que está em pé de igualdade com outra pessoa. Levando esse conceito para a tecnologia, a ideia do P2P é que algum tipo de transação, contato ou compartilhamento, aconteça entre dois usuários ou dispositivos que tenham o mesmo nível de importância. Ou seja: esqueça qualquer tipo de intermediário!
Mas, por que esse conceito é tão importante? Para isso, é preciso entender quando ele surgiu, as suas principais características e como pode ser aplicado em diferentes setores. Continue a leitura para entender tudo sobre Peer to Peer!
O que é Peer to Peer (P2P) e qual a sua origem?
O Peer to Peer (P2P) é um modelo de comunicação e compartilhamento de dados em rede, no qual os dispositivos conectados têm igual importância e são responsáveis tanto por fornecer quanto por receber informações.
Ou seja, em vez do tradicional modelo de comunicação em que um servidor centralizado gerencia as conexões e distribui os recursos, o P2P permite que os dispositivos se comuniquem diretamente entre si, formando uma rede descentralizada.
Na prática, portanto, os usuários podem se conectar diretamente, sem nenhum tipo de intermediário. E isso abre uma série de oportunidades, que vão desde a troca de mensagens com maior privacidade e segurança, ou mesmo transferências financeiras.
A origem do conceito de P2P é da década de 1990, quando o protocolo de compartilhamento de arquivos Napster ganhou popularidade. Desenvolvido por Shawn Fanning, ele permitia que os usuários compartilhassem músicas diretamente de seus computadores, sem a necessidade de um servidor central.
Após o Napster, outros sistemas P2P surgiram, como o BitTorrent e o eDonkey2000. Esses sistemas permitiam que os usuários compartilhassem não apenas arquivos de música, mas também filmes, programas de TV, documentos e muito mais, tornando o P2P muito popular na internet.
Além do compartilhamento de arquivos, o P2P começou a se consolidar também com recursos computacionais, como poder de processamento e armazenamento. Não à toa, foi essa tecnologia que permitiu o desenvolvimento de outros sistemas, como as blockchains que deram origem às criptomoedas.
Quais são as principais características das redes P2P?
Mas por que as redes P2P são interessantes? Para entender isso, é preciso saber quais são as características principais dessa tecnologia, não é mesmo?
Descentralização
Uma das principais características das redes P2P é a descentralização. Ou seja, não há um servidor central que gerencie e controle todas as conexões. Todos os dispositivos conectados têm igual importância e colaboram diretamente entre si.
Compartilhamento de recursos
Créditos: Imagem de Freepik
Nas redes P2P, os recursos, como arquivos ou poder de armazenamento, são compartilhados diretamente entre os dispositivos conectados. Cada dispositivo pode atuar tanto como cliente quanto como servidor, permitindo que os usuários compartilhem e acessem recursos de outros que estejam na rede.
Autonomia dos nós
Em uma rede P2P, cada nó (ou dispositivo) tem autonomia e pode tomar decisões independentes. Não há uma autoridade central que controle as interações entre os nós. Cada nó é responsável por suas próprias operações e pode participar da rede de acordo com sua própria vontade.
Escalabilidade
Outro aspecto interessante é que esse tipo de conceito é altamente escalável. Afinal, para que outros usuários participem, não é preciso criar uma estrutura muito complexa: os dispositivos podem entrar e sair da rede facilmente, o que torna a rede capaz de se adaptar a mudanças de tamanho ou configuração.
Anonimato e privacidade
Como as conexões ocorrem diretamente entre os nós, sem a necessidade de um servidor intermediário, é mais difícil rastrear as atividades dos usuários. Por isso, é natural que as redes P2P também representem um sistema que oferece um maior anonimato e privacidade.
Eficiência na utilização de recursos
Com a eliminação de intermediários, o que acontece naturalmente é uma melhor utilização dos recursos disponíveis na rede, aproveitando o poder de processamento e armazenamento de vários dispositivos. Isso resulta em uma distribuição de carga mais equilibrada em qualquer tipo de operação.
Como funciona o compartilhamento de arquivos P2P?
Para entender o funcionamento do compartilhamento de arquivos P2P, imagine um grupo de amigos em uma sala. Cada um tem uma coleção de músicas em seus respectivos dispositivos e todos querem aumentar as suas playlists, certo? Esse sistema permite que cada um acesse as músicas dos outros.
Era exatamente assim que funcionava a Napster e, depois, outros programas de compartilhamento, especialmente via torrent. E, aos poucos, você cria uma rede que vai se sustentando automaticamente: assim que faz o download, ele também passa a contribuir com a velocidade do processamento de outros usuários.
Ou seja, quanto mais pessoas fazendo o download de um determinado arquivo, maior vai ser a velocidade para o compartilhamento daquele documento. Isso acontece porque o conceito de P2P aproveita os recursos de armazenamento disponíveis de cada usuário naquele sistema.
Como as aplicações do P2P funcionam em diferentes setores?
Nada melhor do que alguns exemplos para entender melhor como funciona a tecnologia P2P e como ela pode ser aplicada na prática. Confira mais a seguir:
Compartilhamento de arquivos
Como mostramos ao longo deste artigo, o método mais comum de utilização do conceito de Peer to Peer é para o compartilhamento de arquivos. Os exemplos de maior sucesso foram Napster, BitTorrent e eMule, em que era possível otimizar a transferência de músicas, filmes e outras mídias via P2P.
Comunicação e chamadas de voz
Cada vez mais populares, os aplicativos de comunicação P2P, como Skype e Discord, facilitam a interação entre os usuários. Afinal, eles permitem a realização de chamadas de voz e vídeo diretamente entre si, sem a necessidade de um servidor intermediando a conexão, o que resulta em uma comunicação mais rápida.
Criptomoedas
Créditos: Imagem de Freepik
As criptomoedas, como o bitcoin, utilizam o P2P para realizar transações e validar blocos dentro de uma rede blockchain, por exemplo. O funcionamento é bem similar com outros exemplos: os nós da rede colaboram para verificar e registrar as transações, garantindo a segurança e descentralização do sistema.
Armazenamento em nuvem descentralizado
O P2P também é aplicado no armazenamento em nuvem descentralizado, onde os usuários compartilham seu espaço de armazenamento ocioso para criar uma rede de armazenamento distribuída, garantindo maior segurança, escalabilidade e reduzindo os custos de infraestrutura.
Jogos online
Entrando no mundo dos games, muitos dos jogos online atualmente utilizam a ideia de Peer to Peer para otimizar a conexão entre os jogadores. Esse modelo é o que permite uma interação em tempo real e uma experiência de jogo mais fluida, já que reduz a latência nas partidas multiplayer, por exemplo.
Transmissão de conteúdo ao vivo
Outra aplicação cada vez mais popular da tecnologia P2P são as plataformas de streaming, como a própria Twitch. Os usuários acessam o conteúdo diretamente de outros espectadores — que estão assistindo à mesma transmissão — reduzindo a carga nos servidores e permitindo uma experiência de streaming mais estável.
Qual é a relação entre a tecnologia blockchain e o conceito de P2P?
Por falar em criptomoedas, o conceito de P2P tem uma relação muito próxima com a tecnologia blockchain, que viabiliza a criação desses ativos digitais. Afinal, as duas tecnologias se complementam de maneiras significativas. Antes, porém, é preciso entender o que são essas redes de blocos, não é mesmo?
A blockchain é uma estrutura de dados descentralizada e distribuída que registra transações de forma imutável. Por outro lado, o P2P é um modelo de rede em que os dispositivos conectados colaboram diretamente uns com os outros, sem a necessidade de um servidor central.
Mas, então, qual é a relação entre as duas tecnologias? Simples: a blockchain é implementada como uma rede P2P. Em vez de depender de um servidor centralizado para fazer o registro de transações, a blockchain é distribuída entre os nós, que armazenam e validam as transações de forma colaborativa.
Em resumo, cada nó dentro de uma rede blockchain tem uma cópia completa daquele registro, o que garante a descentralização e a segurança. Além disso, os nós são utilizados para validar as transações, sempre de acordo com uma série de algoritmos específicos.
Além disso, o modelo P2P da blockchain também permite que qualquer participante se torne um validador, eliminando a necessidade de uma autoridade central para a validação das transações. E foi a partir disso que surgiram as criptomoedas, cada vez mais populares no mercado financeiro.
Como funcionam as transações P2P?
Como mostramos ao longo deste artigo, a tecnologia P2P pode ser utilizada em diferentes frentes, certo? Uma delas são as transações diretas, que eliminam a necessidade de um intermediário. Mas como essas transações funcionam na prática?
Identificação dos participantes
Tudo começa com a criação de um identificador exclusivo, que pode ser um endereço de carteira digital ou uma chave criptografada. Isso vai garantir que os diferentes usuários se identifiquem, se reconheçam e se comuniquem sempre de maneira segura.
Acordo sobre os termos
Antes de realizar a transação, as partes envolvidas devem concordar com os termos e condições, como a quantidade de recursos a serem trocados, o valor da transação ou as informações a serem compartilhadas.
Execução da transação
Após a concordância nos termos e a conclusão das verificações necessárias, a transação é executada. Isso pode incluir a transferência de ativos digitais, o compartilhamento de informações ou até mesmo o pagamento em criptomoedas.
Confirmação e registro
Após a conclusão do processo, é importante confirmar e registrar a transação de forma confiável. Esse registro pode ser realizado por meio de tecnologias como a blockchain, especialmente no caso das criptomoedas, que mantém um registro descentralizado e imutável das transações.
Em resumo, o Peer to Peer permite a conexão direta entre dois usuários, reduzindo a intervenção dos intermediários. Uma tecnologia que facilita bastante, por exemplo, o trabalho de quem é streamer, que pode receber doações instantâneas de forma muito mais prática e segura.
Agora que você já entendeu o que é P2P e como esse conceito pode abrir uma série de oportunidades para você, o que acha de experimentar na prática? A IOXtream é uma plataforma criada para que streams possam receber suas transações sem se preocupar com taxas abusivas de intermediadores! Faça seu cadastro na IOXtream e receba as suas doações de forma segura.